segunda-feira, 9 de junho de 2014

O sentido da vida

O sentido da vida deve ser não a perder na estrada. Que estupidez seria. E tão fácil que é. Uma, duas, várias noites mal dormidas. Uma viagem. Os olhos a ceder. Um segundo. Dois. Nada. Suficiente.

Somos isto, capazes das coisas mais extraordinárias, e nada, nada.

Destruir o carro e sair dele pelo próprio pé, sem um arranhão. Gente a acudir. Logo. O impulso de ajudar o outro antes do receio do que se vai encontrar. Homens-coragem. Mulheres-coragem. 

"Amigo, está bem?"/"Sim."/"De certeza?"/"Sim. Sim."

Escapar à puta de negro. A minha melhor finta. Puta, que me querias tão cedo, volta para o buraco de onde saíste.

Chegar. Abraçar quem amo. Estou aqui.

Respirar. Poder fazê-lo. Descobrir esse prazer.

Tanta coisa boa à minha espera.