quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pessoal, transmissível


Deixarmo-nos levar por cada nota, nada desperdiçar, sentir tudo. Erráticos em frente: a corda parece estreita – é preciso tomar lições de abismo -, mas ei-la firme. Confiemos nela, é o que temos, estamos bem.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Nunca vi os Pulp ao vivo ... merda



Quando os Pulp lançaram isto, em 1994, os Pulp do Jarvis Cocker e da adolescência do meu irmão, que viria aliás a tornar-se, em parte, na minha, os Pulp das canções perfeitas para se ouvir sete, oito vezes seguidas e depois abandoná-las, virar as costas sem lhes sussurrar adeus, como à nossa amante, aquela com quem só nos reunimos para o melhor, e mais tarde regressar, quando os Pulp lançaram isto, dizia eu, talvez conhecesse o meu melhor amigo há quatro ou cinco semanas. O rapaz achava que ter-me por perto era a melhor coisa que lhe podia acontecer e, vai daí, escondeu que gostava do Benfica porque me sabia ferrenho - ui, intratável - do Sporting. Aguentou a personagem durante um ano – o mesmo em que gostámos sempre da mesma rapariga, uma e outra vez. Um dia esperámos por uma delas no portão das traseiras da escola, onde a mãe desta lhe costumava esperar num carro branco que na minha memória já não tem marca, e fizemos-lhe uma serenata à laia de UHF. Éramos três e havia outro miúdo apaixonado que ficou a ver tudo atrás de uma árvore, sem coragem de se juntar a nós. Partia tudo, a miúda. Escolhemos uma sexta-feira para no dia seguinte não termos de lhe mostrar o nosso rosto cor de sangue - o tempo mói a vergonha. Arriscámos um refrão quando ela passou e logo vimo-la desaparecer para dentro do carro branco como se fugisse da morte. Eu e ele, meu amigo antes e depois de se assumir como benfiquista, adepto de artes marciais que se exibia menos do que então gostava só porque eu nunca gostei demasiado de pavões, resistimos aos choques frontais causados por disputarmos a atenção das mesmas meninas e só fomos separados mais tarde, mais perto destes dias, pela distância. Só esta, sempre tão subtil a fazer aquilo que melhor sabe, deitou quase tudo a perder. Hoje já pouco nos liga; restam as canções, e os nossos cacos que nelas vivem.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

No país dos medalhados

A penny for a thought.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

UCEMA 2009 - Canções do Ano

20. Chaka Demus, Jamie T
19. My Girls, Animal Collective
18. Let's go Surfing, The Drums
17. Trepanation Party, Voxtrot
16. Sparrow Looks up at the Machine, The Flaming Lips
15. What I Can Say, The Horrors
14. I’m Not Done, Fever Ray
13. Love Lost, The Temper trap
12. Sheila, Atlas Sound
11. Daniel, Bat for Lashes

10. La Superbe, Benjamin Biolay
(O melhor vídeo, de longe).



9. You Will Leave a Mark, A Silent Film


8. Basic Space, The xx


7. 1901, Phoenix


6. Hearing Damage, Thom Yorke



5. While You Wait for the Others, Grizzly Bear


4. Love Czars, Sa-Ra Creative Partners


3. Surf Solar, Fuck Buttons


2. Quick Canal, Atlas Sound


1. I Became a Prostitute, The Twilight Sad

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

doce doce Lhasa


Comunicado: " (...) Nevou mais de 40 horas em Montreal desde a partida de Lhasa".

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

UCEMA 2009 - Discos do ano

20. Nobel Beast, Andrew Bird
19. Stória Stória, Mayra Andrade
18. Primary Colours, The Horrors
17. It’s Blitz!, Yeah Yeah Yeahs
16. A Strange Arrangement, Mayer Hawthorne
15. Merriweather Post Pavillion, Animal Collective
14. Reservoir, Fanfarlo
13. Middle Cyclone, Neko Case
12. Phoenix, Wolfgang Amadeus Phoenix
11. Humbug, Arctic Monkeys

10. Kings & Queens, Jamie T
9. Fever Ray, Fever Ray
8. Actor, St. Vincent
7. Veckatimest, Grizzly Bear
6. Conditions, The Temper Trap
5. xx, the xx
4. Tarot Sport, Fuck Buttons

3. The Age of Love, Sa-Ra Creative Partners



Sexo. Sons superiores, imensos. Um festival de música negra num dos mais interessantes projectos do momento.

2. Embryonic, The Flaming Lips


Qualquer coisa como o tipo de música que o Jim Morrison se teria lembrado de fazer se ainda estivesse por cá. A Karen O dos Yeah Yeah Yeahs e os MGMT são convidados especiais. Canções de quem está a olhar da lua para cá - um melancolismo, digamos, lunar?

1. Logos, Atlas Sound


Bradford Cox, esse génio workaholic, disse até já aos Deerhunter pela segunda vez e, a solo, inventou um disco de pop futurista, surpreendente do primeiro ao último acorde. Temas meticulosamente produzidos de fazer cair o queixo. Um espanto.