segunda-feira, 22 de julho de 2019

A uma semana de Paris, um Tour imenso


Se algum entendido do ciclismo dissesse em voz alta, no arranque deste Tour, que ao fim de 15 dias o líder da geral seria Julian Alaphilippe, com 1m35s de vantagem sobre o campeão em título Geraint Thomas, tal seria motivo de chacota generalizada. Como assim, Alaphilippe ganhar o Tour, se não tem equipa para o defender na montanha, nunca se preparou para uma corrida de três semanas e está a correr ao mais alto nível de forma quase ininterrupta desde janeiro? Como assim, ter pernas para isso? Como assim, vencer o comboio da Ineos?

Pessoalmente, escrevi durante a 6.ª etapa, nos posts da Eurosport no Facebook, que ele andava a desdenhar em público o que realmente queria, mostrando-o na estrada: aproveitar uma edição rara, sem qualquer bicho papão (Froome de fora; o próprio Domoulin também), sem claro favorito, para cavalgar nos seus extraordinários feitos desta temporada e, enquanto número 1 mundial, lançar-se ao ataque.

O que é certo é que o tempo que o pequeno mago da QuickSetp ganhou na média montanha e no incrível contrarrelógio de Pau, 1m30s, continua ser o mesmo que tem de conforto, volvidas duas etapas de alta montanha seguidas. O que ganhou no Tourmalet perdeu ontem: 30 segundos.

Claro que podemos ver o copo assim, meio cheio, ou então podemos olhar para a primeira quebra de Alaphilippe como a inevitável consequência de não se ter preparado para ganhar uma corrida de três semanas – algo que 99,9% dos críticos e aficionados vêm anunciando. Não é se Alaphilippe vai explodir na alta montanha, «apanhar» meia hora e desaparecer do primeiro lugar para os confins da geral individual, mas quando.

O copo meio cheio; o copo meio vazio. Percebe-se que o dia de descanso foi o gongo que por agora salvou Alaphilippe, que cometeu o erro, assim o dizem, de tentar seguir Pinot quando este se lançou ao ataque na subida final de ontem. Mas terá mesmo cometido um erro quando tentou ir atrás do compatriota? É suposto que o líder da geral não reaja a ataques dos seus rivais? E se atacarem todos?

Pinot, por exemplo, está a 1m50s e parece o favorito à vitória final, algo que os franceses desconhecem desde o triunfo de Hinault em 1984. Se o homem da FDJ atacar todos os dias, como pelos vistos fará, e Alaphalippe deixar-se ficar nas três duríssimas etapas dos Alpes que restam, o rei da montanha do Tour em 2018 acabará por perder a amarela na mesma. Mais vale tentar e falhar espetacularmente do que nunca saber se a felicidade seria possível, digo eu. Seja como for, a narrativa deste Tour é já de uma riqueza cinematográfica ilimitada, e a Alaphilippe já não poderá deixar de ser entregue o papel principal, ganhe o Tour ou não.

domingo, 14 de julho de 2019

Alaphillipe e Pinot sambando na cara das inimigas


Atacar. Sem especulação. Sem cinismo. Sem medo. Atacar para ganhar, ganhe-se ou não. Ainda há quem nos lembre que o desporto é mais desporto assim.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Sporting 19/20 pré-estágio: o que sabemos e o que podemos esperar

Plantel pré-estágio: 31 jogadores + 3



Guarda-redes


RenanTitular, mas este ano não pode dormir na parada.
Max Será a sombra do Renan. E se agarrar a titularidade, por algum motivo, talvez já não a largue. Ser o dono da baliza do Sporting é uma questão de tempo, restar saber quanto.
Diogo SousaSerá o redes dos sub-23 e o terceiro da primeira equipa.


Defesas



Ristovski – Vai perder a titularidade. Será aposta nas taças e fará balneário. Não me chocava se saísse.
Rosier – Se a condição física o permitir, a lateral direita é dele.
Thierry Correia – Se Ristovski ficar, seria boa ideia emprestá-lo a um clube da Liga.
Ivanildo – Ou ele ou Ilori.
Ilori – Ou ele ou Ivanildo.
Coates – Confiança no general. Um pilar na equipa e no balneário.
Luís Neto – Será um dos quatros centrais.
Mathieu – Dono e senhor do universo.
Borja – Titular na lateral esquerda.
Abdu Conté – Deve ficar como lateral esquerdo suplente, mas no fundo será a terceira opção (Acuña é a segunda).


Médios



Doumbia – É o ano da explosão. Como 6 ou 8: eis a questão.
Eduardo – Quero acreditar que esta contratação está para o Sporting como a do Danilo esteve para o Porto.
Battaglia – Estará fisicamente capaz? Se estiver, é uma opção válida.
Daniel Bragança – Que não seja o novo Chico Geraldes, mas sim o novo Hugo Viana. Não precisa de ler Saramago nos treinos. Basta que faça a diferença com a bola nos pés e o jogo na cabeça.
Wendel – Traz alta rotação à equipa. Titular, se continuar a evoluir.
Miguel Luís – Não deve ter espaço. É de emprestar a um clube da Liga.
Bruno Fernandes – Dono e senhor do universo 2.0, se ficar. Mas como pode um gajo destes ficar é que eu não sei.


Extremos



Diaby – Espero que seja vendido. Mais alguns trocos para se fazer, disfarçando a hipotética falta de uma grande venda.
Acuña – Agressividade positiva, polivalência e um sempre bem-vindo feitiozinho de merda.
Rafael Camacho – Veloz e afoito no 1x1, será muito importante como extremo e como ala num sistema de 3 centrais.
Gonzalo Plata – Terá já arcaboiço para chegar, ver e vencer? Ou vai andar entre os sub-23 e a primeira equipa? Muitas dúvidas. Entre ele e os dois seguintes, algum ficará no plantel.
Jovane – Ter golo e ser tão rápido diferencia-o dos demais. Mas tem muitas carências a nível técnico e tático, a concorrência vai apertar e a permanência no plantel é improvável.
Matheus Pereira – Se quiser, tem lugar no plantel. Se não quiser, temos aqui dinheiro em caixa garantido. Milhão a milhão, vai-se preparando o terreno para que alguém mais importante não saia (Acuña, por exemplo).
Raphinha – Tem tudo para fazer uma grande temporada.


Avançados


Vietto – Conseguirá adaptar-se às ideias de Keizer ou terá de ser a equipa a adaptar-se a ele, enquanto falso 9? Se se investiu tanto nele é para ser titular. Cheira a 4-4-2.
Luiz Phellype – Que continue a marcar golos da maneira que acabou a época passada. Opção válida para o ataque.
Bas Dost – Não me chocava que fosse vendido por bom dinheiro, caso assegurássemos um bom substituto, com um perfil diferente - goleador mas mais associativo em campo. Em 4-4-2 não serve. Mas é o Bas Dost. Tê-lo é bom. Vale muitos golos. E sempre ouvimos AC/DC em Alvalade.
Gelson Dala – Tem mais futebol do que muitos acreditam. Curioso para ver de que maneira se poderá impor num possível 4-4-2, como alternativa ao Vietto.


+ 3


Joelson, Eduardo Quaresma e Nuno Mendes: fazem o estágio e vão jogar entre os juniores e os sub-23, espero que mais neste escalão. Para o ano que vem falamos.