sexta-feira, 30 de abril de 2010

Terra entre os dedos de um sueco

O homem mais alto na terra voltou a descer das montanhas e trouxe a sua guitarra. Já nos contou um conjunto de histórias. Agora há mais. Oiçamo-lo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Hey yo, let's have a big round of applause for my man Guru


Ninguém pede para nascer e todos morremos, mas há quem acumule dons e consiga despistar a própria morte. É o caso do Guru, através da música. Lembro-me bem da primeira vez que ouvi este volume um do jazzmatazz: atento como o mais curioso dos alunos, esvaziei o lixo da mente em troca da coisa real e deixei-me levar por relatos rimados de rua e batidas quase preguiçosas que controlaram os meus movimentos durante três quartos de hora.

Ao final da música 12, 'Sights in the City', o respirar fundo e, tudo mais claro, aquela sensação sem preço de ganharmos o dia.

Aconselho a audição a todos aqueles que torcem o nariz sempre que ouvem a palavra hip hop (mas até gostariam de o levar a sério, perceber onde jaz(z) a dignidade que nasceu com o género – e hoje se mantém aqui e ali, ainda que poucos o saibam).

sábado, 17 de abril de 2010

a thousand different versions of yourself


Talvez dormir seja em certa medida um desperdício de tempo, talvez o James Mercer tenha afinal sido abençoado por ter ficado sem sono enquanto este álbum ganhava forma.

sábado, 3 de abril de 2010

Analyse this

Dei uma ordem a este computador: abrir o word. Ele não obedeceu. Ficou confuso. Bloqueou. Irritei-me e repeti a ordem uma, duas, sete vezes com os olhos vermelhos e as narinas escancaradas de fúria. Idiota. Não estou preparado para enfrentar este tipo de nega. Tenho uma relação extremamente simples e mimada e sensível e autoritária com o meu computador: eu ordeno, ele obedece – nunca me disseram que poderia ser de outro modo. Vou reflectir sobre isso.

Aproveito também para dedicar umas linhas ao meu colega de casa galego. Ele faz muito barulho quando tosse, quando vai à casa de banho, quando cospe a expectoração, quando cozinha, quando acorda e ouve música de carrinhos de choque com o volume NO MÁXIMO às oito da manhã porque tem sem dúvida de tomar o pequeno almoço todos (todos) os dias, quando chega a casa, quando sai, durante - quando, quando, quando, quando, quando.. -, mas agora tem por cá os pais de visita durante estes santos dias em que me apanhou por lisboa porque me esqueci que era páscoa e fui a casa na semana passada sem que antes tivesse feito contas, a puta da matemática, ainda, e portanto não há milagre$ e só fiquei a saber que os pais dele cá estavam porque ele mo disse, garantiu que sim, que estavam cá, mas até agora mal lhes ouvi a voz, já lá vão umas sei lá 40 horas de estadia conjunta e só ouvi assim umas trinta palavras metidas em dez frases e alguma guitarra espanhola muito muito baixinha, imagino que tocada da televisão, evoca-me a banda sonora do santaolalla nos diários de che guevara, tudo belo, e de repente o meu colega de casa galego já nada tem de barulhento, pois mais discreto se revela perfazendo três do que acompanhado apenas dele próprio. Isto para dizer que os franco-finlandeses The Dø são os Cardigans versão asdjçoasdasldklºasd com uma vocalista mais bonita, ou, passo a citar a Drowned in Sound, a PJ Harvey na lua.