sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Engolir em seco



Na caixa de comentários deste vídeo da 'Home', do Patrick Watson, alguém diz que soube naquele mesmo dia, há três anos, que lhe tinha sido diagnosticado um cancro, que teria 40% de hipóteses de sobreviver e que ouvir esta música lhe dava algum conforto para o que a partir dali viria.

Instantaneamente, centenas de pessoas quiseram deixar palavras de coragem a esse doente, que foi agradecendo. Agradeceu várias vezes durante aquele ano - o YouTube só distingue a data dos comentários entre anos e deu para perceber que esses comentários eram referentes a 2014. Fui descendo na barra cronológica, e quanto mais descia mais o coração acelerava e apertava, até estabilizar em 2017, na incerteza: todos os comentários que encontrei, a partir de 2015, foram das pessoas que queriam saber como é que o fã do Patrick estava.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Um arrepio na pele, água na boca


   
Sabe-se há alguns anos que a música é coisa para fazer o nosso cérebro libertar uma substância química associada ao bem bom, a dopamina. Foi o que me aconteceu com Modern Girls & Old Fashion Men, o lado B do single Reptilia, dos Strokes, um dueto com a Regina Spektor no qual tropecei por ter acordado com o lado A a tocar no meu radiozinho interior. Um arrepio na pele, água na boca, isso tudo que o Marco Paulo explicou.

(Dez meses sem vir ao Castelo, assim de repente lembrei-me do Gil Scott-Heron, que já depois dos 60 cantou: «I'm new here, will you show me around?»)