Numa fase boa, o Sporting entra em Gelsenkirchen a perguntar ao Schalke, quem és tu? Joga como quer, os alemães também pouco se aventuram, não percebo se por estratégia do italiano que agora lá mora ou incapacidade; talvez um pouco dos dois. Quando entra o primeiro golo (Nani) já devia ser o segundo (Slimani). Mais um par de jogadas com princípio, meio e o fim desejado ali tão perto. Gosto de quase tudo o que vejo, excepto mais um amarelo idiota do Maurício - mais uma entrada estúpida sobre um adversário a meio campo, como se a vitória dela dependesse -, e naquele momento desafio o pessimista que há em mim: não vejo forma de o Sporting não ganhar aquilo; penso nisso.
Mas alto lá que alguma coisa se arranja. Num piscar de olhos o Sporting perde o Slimani (lesão), o burro do Maurício (expulsão), a vantagem (empate) e a confiança toda-poderosa do Patrício (frangalhada no 1-1). Uma sucessão de eventos para deixar knock-out qualquer equipa que a sofra, sobretudo a este nível. E por falar em knock-out, 2-1 para o Schalke em fora de jogo e logo o 3-1, tudo ali no início da segunda parte. Meia hora por jogar, temos dez em campo e menos dois golos que os alemães, e naquele momento desafio o optimista que há em mim: não vejo forma de o Sporting não perder aquilo; penso nisso.
Mas alto lá que alguma coisa se arranja. Os jogadores recuperam os sentidos, dois ou três passes com lucidez e o Carrillo serpenteia até à área dos outros, onde é pisado. O Adrien não perdoa. 3-2. Satisfeitos por perder por poucos, uma vez que jogamos com dez? Era o que faltava. Quem tem medo compra um cão, e como o Sporting não parece conhecer o provérbio, atira-se à garganta do adversário na luta pela sobrevivência. Com prémio. Numa jogada só possível para quem acampa no meio campo contrário, à grande, eis o empate, de novo pelo Adrien; de cabeça, imagine-se. Ainda faltava uns 12, 13 minutos para o jogo acabar, mais, sei lá, três, quatro minutos de compensação, e muita coisa poderia acontecer, mas quem consegue recuperar dois golos de desvantagem com menos um jogador em campo não pode deixar de ser feliz, e naquele momento desafio o pessimista que há em mim; não vejo forma de o Sporting não empatar aquilo; penso nisso.
Mas alto lá que alguma coisa se arranja. Desta vez algo cujo entendimento me escapa. Não percebo nada de petróleo. Só de futebol. Quer dizer...