segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mais respeito pelo Real, menos pelo Mourinho



Aprender é um processo que nos deixa confusos antes de esclarecidos e melhores. Hoje aprendi a respeitar mais os adeptos do Real Madrid. O clube, portanto. Passo a explicar: esta noite o Villareal levou 4-2 no Bernabéu. Esteve a ganhar duas vezes na primeira parte. Jogou muito e bem. Teve o Real à mercê. Não conseguiu dar o golpe final. E o Real, sobretudo este, liderado pelo Mourinho e com o Ronaldo nos limites do potencial humano, é uma besta insaciável. Se te distrais ela devora-te. E lambe os dedos. Prazer completo com reflexo perfeito no CR7 - três golos, uma assistência e uma fome de glória sem limites. Perito nessa arte de lamber dedos, o Mourinho resolveu voar do banco branco após o último golo, do Kaká, e aterrar em celebrações à frente do banco amarelo, atrás do qual estaria, garante, o filho. Que por ele o jura. Por isso festejou ali, na área técnica do treinador adversário, que durante a semana o elogiara até à exaustão. Só por esse motivo. O resto são conspirações. O mundo contra o Mourinho. Médio de ataque de 29 anos do Villareal que joga um portento e marcou o primeiro golo do jogo, o Cani não gostou dos motivos do especial e tentou acertar-lhe no lombo com uma garrafa de água. Vai festejar para a tua casota, era a mensagem. Foi expulso, mas falhou o alvo, com muita pena de todos os adeptos do Real Madrid - leram bem - que tinham comentado as cinco primeiras páginas da caixa de comentários do As sobre a notícia da expulsão do Cani. Sim, o treinador consegue títulos onde quer que passe. No que toca a resultados é o mais capaz. Mas não pode valer tudo e por isso há demasiada gente, eu incluído, que já perdeu a paciência para encontrar combinações de contexto que desculpem o comportamento do desportista. E o Real Madrid sempre foi um clube de desportistas. Grandiosos desportistas. Não estou a ver como é que o Mourinho vai passar por cima disso, cultivando ódios em todos os estádios, a tudo sendo perdoado, todas as vezes.

4 comentários:

Anónimo disse...

Creio que merece mas para mim o prémio será para o Del Bosque, por causa do Mundial, o mesmo aplico para o Xavi ou o Iniesta, que apesar de serem bastante bons, caso não fosse o Mundial talvez nem fossem nomeados. Eu escolheria entre o Schenider e o Messi, pois a este ultimo, já só se esperam coisas sobrenaturais para que possa vencer de novo.

Ricardo Saleiro disse...

Concordo contigo Rui.

Gustavo Jaime disse...

Perfeito, Rui. Disseste tudo e mais um pouco, de uma maneira sóbria e objectiva. Permita-me mais um elogio, especialmente aqui: "Mas não pode valer tudo e por isso há demasiada gente, eu incluído, que já perdeu a paciência para encontrar combinações de contexto que desculpem o comportamento do desportista."

Mourinho é um treinador bestial, mas às vezes porta-se como uma besta. E nisso vai cultivando inimizades - inclusive também sempre tento defendê-lo, mas oscilo entre a reverência e a vontade de dar-lhe um chute nos tomates (especialmente pela soberba e grande falsidade).

Ah, conheci o blog pelo "O Ponto do i" e já tens um mais novo seguidor.

Abraço,
Gustavo

Rui Coelho disse...

martini: mourinho pá, o treinador nunca falha; já o desportista.. quanto ao messi achei extremamente injusto, qualquer dos outros dois e sobretudo o sneijder foi mais determinante na conquista de títulos. e digo isto divertindo-me à brava a ver o messi jogar, fã deste lado.

chirola: de acordo uma vez na vida?!!

gustavo: bem-vindo à carroça e boa viagem (cuidado com os solavancos)