O fiscal de linha levanta a bandeirinha para anular um golo. Está de frente para o lance e vê que há fora de jogo. Faz o que lhe compete num jogo de futebol.
O árbitro tem uma multidão à frente, não pode ajuizar o lance; nem tem como ver - é para isso que existe a função de fiscal de linha, para fiscalizar o que só se consegue ver a partir da linha. Presume-se que o jogo seja retomado. Presume-se mal.
O árbitro corre até ao fiscal de linha. Não aceita a decisão e pressiona-o para que a mude. "Vou-te dar uma ordem que não podes recusar". De repente o fiscal de linha já não acha que viu o que viu, passa a ver o que não viu. Golo validado. O segundo aldrabado, que no primeiro há um jogador da Académica em fora de jogo, mesmo em frente ao Patrício, que não vê a bola sair. E um penálti sobre o Mané que um assobio para o lado arrumou.
O futebol português de regresso aos anos 90. Outros Pratas, a mesma sensação de que tudo é possível.