sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

UCEMA 2009 - Discos da Década


É um trabalho sujo, mas alguém tem de o fazer: arrumar o que de melhor se fez e partir de vez para 2010. O Castelo começa pelos discos da década, onde não entram os álbuns deste ano - esses ainda não tiveram tempo que chegue a maturar no refogado, há que lhes tirar bem o gostinho antes de andar para aqui a fazer comparações tontas com trabalhos já lendários. Os de 2009 vão ficar juntinhos com os de 2009, numa lista que há de chegar.

20. The Reminder, Feist (2007)
19. Silent Alarm, Bloc Party (2005)
18. In Rainbows, Radiohead (2007)
17. In Ghost Colours, Cut Copy (2008)
16. American Idiot, Green Day (2004)
15. You & Me, The Walkmen (2008)
14. Stories from the City, Stories from the Sea, PJH (2000)
13. Person Pitch, Panda Bear (2007)
12. Strange Place for Snow, Esbjörn Svensson Trio (2002)
11. Show Your Bones, Yeah Yeah Yeahs (2006)

10. Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, Arctic Monkeys (2006)


Pós-punk made in England em diálogo com as suas raízes. O primeiro grande petardo a rebentar caído da geração My Space. God Save the Arctic Monkeys.

9. Strawberry Jam, Animal Collective (2007)


Se um mérito pode, com algum consenso, ser concedido aos Animal Collective, é o de se terem apropriado de um som – electrónica, ruido, rock e folk ao molho e fé neles mesmos - que não existia, e dele fazerem a sua adorável e esquisitinha bandeira. Olá, eu sou o Paco Bandeira e escrevo no Castelo sobre música.

8. Franz Ferdinand, Franz Ferdinand (2004)


Ainda me lembro da primeira vez que ouvi isto: foi no quarto ao lado do meu, na segunda casa para onde fui morar em Lisboa, esta, onde então também dormia o Hugo, de Gondomar, que ressonava como um urso. (Esta faceta esteve devidamente documentada em telemóvel durante alguns meses, até que, numa noite de nevoeiro denso, mergulhei o bom do bicho electrónico no meu copo de cerveja). Sempre achei pobrezito o som que as discotecas me ofereciam quando comecei a sair à noite, e agora percebo que era este funk-rock que então queria ouvir. Não sei se será o melhor álbum da década, mas anda lá perto, e é muito provavelmente o mais dançável.

7. Sound of Silver Advance, LCD Soundsystem (2007)


Cada canção é um triunfo na pista de dança, e nunca me esquecerei de ter lido algures que o James Murphy - sábio conhecedor da disco e do funk dos anos 70 e 80 - nunca deu um concerto sóbrio, o que perfaz o elogio do álcool de uma forma que me leva as palavras.

6. Vampire Weekend, Vampire Weekend (2008)


Escrevem sobre arquitectos franceses do século XVII e têm canções cujo título se chama Campus, mas, de alguma forma, a musicalidade destes meninos que se formaram em quaquer coisa na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, tem alma que chegue para rapidamente esquecermos o que parece e devorarmos o que é: pop africana, música tradicional irlandesa, punk-rock de etiqueta – tudo aqui é fusão do bom e do melhor.

5. Back to Black, Amy Winehouse (2006)


Aretha, céus!, que pálida! (Toda a novela patética sobre a vida dela fora dos palcos – e depois dentro, lamentavelmente – que se seguiu, à parte).

4. Gulag Orkestar, Beirut (2006)


Um puto norte-americano do Novo México viaja pelo Velho Continente aos 17 anos e antes dos 20 encerra-se num quarto, para compor um álbum de música popular dos Balcãs. Ah!, sozinho. É tão genial como assim de repente parece e sempre que o oiço fico com vontade de que o meu nome acabe em ic.

3. Is This It, The Strokes (2001)


São de Nova Iorque e salvaram o rock logo após o pesado virar do milénio. Simples, directo e diabolicamente bom. Assim mesmo, sem anestesia. Eles apareceram e quem ambicionava fazer rock independente seguiu-lhes o passo.

2. Myths of the Near Future, Klaxons (2007)



A espera pelo sucessor de Myths of the Near Future é cruel. Editá-lo, depois de uma obra de estreia visionária, lunática, incendiária, capaz de agarrar no punk e embarcá-lo numa viagem electrónica vertiginosa, com abismo anunciado a cada acorde, não deverá ser menos.

1. Funeral, Arcade Fire (2004)


A música sempre foi uma coisa subjectiva, mas depois há o disco de estreia dos Arcade Fire.

3 comentários:

aToM disse...

De nome não conheço nem metade... E às tantas nem a música - shame on me! Mas como não sou gajo de fugir às responsabilidades, já tomei nota de uma resolução para o próximo ano: associar sons a palavras.
Advirto-o contudo, caro guardador de castelos, músicas e palavras (e não necessariamente por esta ordem), que se me sentir defraudado pego numa catapulta...

John Abreu disse...

Hmm... Vou pensar sobre isto.

O residente disse...

muito bom, e parece que estamos de acordo quanto ao primeiro lugar...