Os futebolistas que ganham bem, ganham demasiado. É ponto assente. Mas a carreira deles é curta e perigosa. É um desporto bonito de se ver, mas violento de se jogar. Há lesões graves. O Marat sabe do que estou a falar. Apesar do talento que todos lhe reconhecem, o joelho direito não lhe tem permitido jogar futebol durante aqueles que deveriam ser os melhores anos da carreira (25-30). Lembro-me da estreia oficial dele, no Verão de 2007: estava em casa de um amigo, em Vila Viçosa, na véspera de começar o meu segundo interrail, quando o vi dar-nos uma Supertaça com uma direita do meio da rua que deitou ao tapete o maior mercado abastecedor de fruta do país. “Mas que golo!”, gritou o Hélder Conduto na RTP. Rapidamente ganhou em mim um fã com a finta curta que o caracteriza, sempre com a baliza no horizonte. Cruza bem. Remata melhor. O colectivo, para ele, está sempre primeiro. É o meu jogador e profissional preferido do Sporting. Hoje, em Vila do Conde, aos 29 anos, volta a calçar as luvas depois de o joelho direito, sempre o joelho direito, ter voltado a deixá-lo grogue durante quatro meses. Mas ‘knock out’ é um termo que não assiste ao Marat. Os da fruta que se cuidem. Como ele gosta deles...
2 comentários:
Sem dúvida um golaço memorável e um tiro indefensável. Nem o Buffon apanhava aquela, mas é bom que ele comece o ano em grande lá pelos lados do Rio Ave pois o "clube da fruta" não costuma dar hipóteses àqueles que dizem ser imbatíveis, que estão a fazer uma época de sonho... e no terceiro lugar (o seu lugar histórico e habitual).
Um Senhor. Com ele em campo é outra conversa. Vamos acreditar que é desta que se aguenta.
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