domingo, 12 de fevereiro de 2012

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Só vi a meia hora final nos Barreiros. A caminho do Bairro Alto, com uma amiga, passei por um taxista eufórico, a gesticular do lado quente do vidro em reacção a algo que, percebia-se, ouvira na rádio. Pensei: golo do Marítimo. Já sabia que estava 1x0 para eles e confirmei-o ao chegar a um bar. 2x0. Sentámo-nos. Pedi uma cerveja; ela, nada. Os minutos passavam. A ganhar por dois o Marítimo dava a iniciativa ao Sporting, que, como é costume, não sabia o que fazer à bola. A minha amiga queixava-se do namorado de uma amiga dela. Médico. Quezilento. Arrogante. Filho da puta. Nos Barreiros tudo na mesma. Bola em nossa posse da direita para o centro, do centro para a esquerda, da esquerda para o centro, do centro para a direita. Longe da baliza do Marítimo. Muito longe. Nenhuma jogada colectiva, nenhum risco individual, nenhum sinal de se querer agitar o marasmo. O médico continuava com as orelhas a arder. Entre outras coisas fiquei a saber que no regresso de uma viagem a terras montanhosas o bicho queixou-se em alta voz à namorada por ter de distribuir pelas respectivas capelinhas os viajantes que com ele viajavam – a minha amiga incluído; durante essa mesma viagem também não procurou a namorada em duas noites consecutivas. “Um merdas”. Já em período de descontos o Ribas tem a bola a jeito e, perto da baliza, quase não lhe acerta. Não chegou a ser um ‘remate’, mas também é exagerado falar-se de um ‘passe’ torto. Foi só 'nada', ou 'coisa nenhuma', salvo maior precisão. Fim do jogo. O Marítimo joga mais à bola e ganhou sem problemas. Andamos pelo quarto ou quinto lugar, já nem sei.

Para não me estender demasiado, até porque a vontade é pouca, vou limitar a minha reflexão ao actual estado de coisas com a minha cara, que corresponde à do título deste post, quando em conversa com um amigo fiquei a saber há bocado que o pequeno Pereira tinha jogado de início – o pequeno e notável Pereira que não vestia a mais bela desde Dezembro e em quatro jogos a titular esta época para o campeonato saiu ao intervalo em três.

2 comentários:

Anónimo disse...

O pior nem foi a derrota com o Maritimo mas sim a péssima exibição, pelo menos atendendo ao que ouvi dizer, mas nao creio que foi uma boa decisão terem despedido o Domingos assim, não juro mas creio que o Sá Pinto não fará melhor...

Rui Coelho disse...

O domingos não pode ser ilibado deste descalabro mas também não é o único culpado, longe disso. Por agora limito-me a gostar de ver sportinguistas à frente da equipa técnica. Raça, Coração de Leão - algo que já se viu ontem na Polónia apenas com um par de treinos. Vamos ver no que isto dá.