segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Três segundos ou o tempo que o Mota demora a ter a certeza de não ter vergonha na cara


Ontem dominava a revolta. Se já nem a história do Natal pegava, se o Sporting continuava a ganhar, e bem, era preciso sujar as mãos. E o momento foi o ideal, aproveitando a visita a Alvalade de uma boa equipa, que resistiu mais de uma hora e até podia ter marcado antes. Vi agora o resumo e, se pensava que já tinha visto tudo no futebol, estava bem enganado. Falo do momento em que o Mota apita. É preciso muita confusão naquela cabeça para anular um golo três segundos depois de a bola entrar. "Ora bem, não aconteceu nada, mas é preciso fazer o serviço... apito, não apito... porra, é hoje, tenho de apitar". Três segundos para pensar no que fazer, tal a convicção. De ontem não passava. E não passou. Dois pontos a voar para o sapatinho de quem fez a encomenda. Serviço cumprido. Nota máxima. Subsídio de Natal chorudo. Festas felizes.

Hoje domina o orgulho. Das sobras de um grupinho de solteiros e casados nasceu a equipa que vai virar o ano na frente do campeonato, que pratica o melhor futebol, que marca mais golos, que tem o melhor jogador, que tem o melhor marcador, que tem o melhor treinador, que mais adeptos arrasta do Algarve ao Minho. Um exemplo para todos nós, a prova de que com pouco dinheiro e muito trabalho se pode fazer tão bem ou melhor do que aqueles que compram o sucesso fácil. Vão ter de se esforçar muito para nos fazerem cair.

Sem comentários: