sexta-feira, 30 de outubro de 2009

pela estrada fora


olhos nas guias contínuas da berma e mão no volante, nevoeiro e noite dentro, o nevoeiro que chega sem aviso noite dentro, para assombrá-la, dirão os do copo meio vazio, para torná-la mais irresistível, dirão os outros, nada se vê em todo o alentejo, ali em frente roda um condutor que não desliga os quatro piscas, deve ter receio que o vejam tarde de mais, rodamos a 70; outros, dementes, voam por nós à velocidade da demência, mas eu sigo-te de perto, a ti, o dos quatro piscas - o caos da cidade grande ficou para trás e estou contigo nisto, oiço o revolver dos beatles e sei que ambos queremos sair bem disto, queremos poder contar a quem nos queira ouvir, ou ler, não tanto que acabe já, só mais um pouco, prolonguemos a dúvida - é uma espécie de banho, ficaremos bem.

1 comentário:

M. disse...

lembrei-me de quando fui ver o the fog à cinemateca e também escrevi sobre o nevoeiro. tem muito que se lhe diga, o bicho.