quarta-feira, 9 de junho de 2010

Brincar aos médicos


Queiroz, Lisboa, 5 de Junho de 2010: “ (O Nani) fez um traumatismo (no ombro) e, por precaução, não treinou. Vai continuar assim mais uns dias, depois vai ser reavaliado e vai voltar aos treinos sem problemas”.

Queiroz, Joanesburgo, 8 de Junho de 2010: "O jogador (Nani) acusou dores de um traumatismo feito em Lisboa, hoje decidimos fazer exames mais profundos e o diagnóstico não permite que ele esteja em competição".

Fez há pouco tempo nove anos que um perfeito anormal, meu colega nos juniores do portimonense, partiu-me uma costela num treino que antecedia um jogo importante para o campeonato nacional daquele escalão, em campomaior. Perante a entrada dele, de joelho em riste, caí no chão sem conseguir respirar mais do que um terço do que é comum e, minutos depois, quando me tentaram levantar, depressa pedi que me devolvessem ao conforto do pelado onde treinávamos, pois senti que algo se tinha solto na grelha costal direita. Fui transportado de ambulância para o hospital de portimão, 40 minutos depois, e dali segui para casa sem que me tivessem detectado mais do que um forte traumatismo numa costelazita, no limite uma fissura. Era uma sexta-feira. Noite. A equipa arrancou horas depois para jogar em campomaior, até ganhou sem espinhas, 3-0, e eu passei o fim de semana (e o resto do mês) em casa. Na segunda-feira tinha exactamente os mesmos sintomas: doía-me os pulmões quando respirava. Como se tivesse a roçar ali qualquer coisa que não devia. E tinha mesmo, uma costela partida, como um exame mais detalhado me provou, ao final dessa tarde, numa clínica de almancil. Falhei quatro ou cinco jogos na fase final da época, em que lutávamos com o belenenses e o farense pela subida à fase seguinte. Não a conseguimos por um ou dois pontos, se a memória não me atraiçoa. Mas isto foi em 2001. Nos juniores do portimonense.

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