Claro que amanhã ou mesmo hoje agora esta lista poderia ficar virada do avesso. Aos anti-listas: é só uma lista; aos pró-listas: o mesmo. E dedos cruzados contra os desamores. E mão direita é penálti.
20. Swim, Surfer Blood
19. Stylo, Gorillaz
18. Bowls, Caribou
17. Tree by the River, Iron and Wine
16. Simple Things, Shit Robot
15. Acts of Man, Midlake
14. Silver Soul, Beach House
13. Bloodbuzz Ohio, The National
12. Memory Boy, Deerhunter
11. Angela Surf City, The Walkmen
10. Monster, Kanye West
9. Sprawl II (Mountains Beyond Mountains), Arcade Fire
8. Getting Nowhere, Magnetic Man feat. John Legend
7. Walk in the Park, Beach House
6. I Found a Whistle, MGMT
5. Love Cry, Four Tet
4. Losing my Patience, Shit Robot
3. England, The National
2. Zebra, Beach House
1. Siberian Breaks, MGMT
"The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars." J. Kerouac
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
As velas ardem até ao fim
Ela observava-nos. Duas vezes a nossa idade, vida artificial em redor dos olhos amargurados, borracha das trincheiras de pele, fazia-se acompanhar de uma ausência de homem, alguém que não estava bem ali, um projecto de qualquer coisa por acontecer. Observava-nos e sorria o sorriso malvado de quem conhece todos os recados que os corpos transmitem. Dos olhos senti-lhe uma atenção de voyeur de bem com a sua condição, de pulso tranquilo. Uma serenidade que perturba e fascina. Mais do que nos ler, senti que nos via. Que entrava em nós e confirmava os planos em sintonia. Que disso retirava um gozo descontrolado. Doentio. Bom. Fiz por manter o entretenimento. A todos agradava. Terá visto em mim quem nela viu em tempos o suficiente para a seduzir. Lembrou-se de se sentir desejada. Ao meu lado via-se num espelho com metade do tempo. Por vezes tropeçava num detalhe do seu mundo próximo, o telemóvel, o copo de vinho, a saia rebelde, mas logo a nós regressava, a nós que era o nada fitado com um propósito maior. Levantámo-nos. Percorreu o corpo dela num jeito de urgência e esticou as fontes de espanto. Denunciou as trincheiras em redor dos olhos. A amargura que nenhuma vida artificial pode esconder. Sorri-lhe até sairmos de cena.
sábado, 18 de dezembro de 2010
Das cavernas
Para mim homem é de mulher. Devo ser um tanto antiquado. Ou hipócrita. Todo tagarela pelas liberdades individuais e saio com esta. Talvez porque até ver via tudo à distância. Ou porque a malta era discreta. Um certo círculo de segurança. Mas ontem fui ao frágil. Pela primeira vez num espaço que se define por virar as convenções sexuais do avesso. Totalmente do avesso. "Anda lá pá, aquilo é fixe e tu sabes de ti". Homens, demasiados, quase todos organizados em grupos a atirarem-se contra as paredes aos pares, triângulos e quadrados numa estranha luta de cães. Não gosto de entrar em bares ou discotecas cujo ambiente não é definido pela música que lá passa. Não gosto de entrar em festas para as quais não sou convidado. Onde me sinto intruso. A mais. Desculpem lá a falta de modernismo.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Lisboa sob escuta
Mulher entre 50 e 60 anos marcha rápido pelo interior da estação de metro da Alameda. Encaixa o telemóvel no ouvido e faz por ter a certeza de que não passará despercebida.
“Olá! É a Celeste da televisão!, vou para o João Baião! Ontem foi o Marco Paulo! Conheces o Marco Paulo?!”
Duas amigas passeiam-se pela Morais Soares. De olhos na montra de uma loja de roupa, uma delas rompe o silêncio.
“Ele fica acelerado quando me cai na garganta.”
Agora que acabou, ela explica à amiga como foi no início.
"Éramos muito apaixonados. Se é que me entendes."Acaba o filme. Créditos finais. Ele quer saber.
"Gostaste?"
"Não é assim nada de especial."
"Mas come-se.."
(beijo).
domingo, 5 de dezembro de 2010
Aceitam-se sugestões para substituir as reticências ali em baixo
Ela: sou uma puta.
Ele: o quê?
Ela: uma puta.
Ele: que disparate, porque dizes isso?
Ela: acabei com o meu namorado há um mês, mas reatámos na semana passada e estou aqui contigo. Bebi muito. Sou uma puta.
Ele: (…)
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Interrogo-me se a juliette binoche será próxima da mulher do kiarostami
"Acaba!, acaba!, acaba!", pedi de mim para mim durante aquela que viria a ser efectivamente a última cena do Cópia Certificada. Falhei no Munique e no Gran Torino. Desta vez fui inteiramente feliz. E a Binoche é uma actriz do caneco. E um mulherão. E recomendo isto vivamente.
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