quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sporting Clube de Portugal


Há uma certeza quando se fala no Sporting: a grandeza inscrita em 106 anos de história do nosso símbolo não pode, em momento algum, ser confundida com a pobreza de espírito daqueles que, por  má sorte ou uma qualquer teoria da conspiração, assumiram o poder no clube para se servirem dele, e não o contrário. É fácil olhar para 1995, aquando da criação da SAD, e aí encontrar o ponto de viragem. A conquista no Jamor - a minha primeira -, o Figo, o Balakov, o Amunike, o Iordanov. Os craques da minha infância. Foi ali que tudo começou a ser minado, mas só o soubemos mais tarde, com duas grandiosas bebedeiras pelo meio (2000 e 2002).

Hoje, 17 anos depois, sabemos que não há dinheiro, que até para pagar despesas correntes é uma aflição, mas também sabemos como o fomos gastando enquanto o tínhamos. Sabemos que o passivo era de 30 milhões em 1995 e que hoje é de 400 milhões, com a agravante de que, agora, o clube já não tem património. Sabemos que o nosso presidente fala a verdade quando diz que a escolha do treinador não é uma prioridade, mas depois jogamos as mãos à cabeça quando pensamos que ele próprio já despediu dois em pouco mais de um ano, um deles o homem que levou uma equipa como o Braga a lutar pelo título português (2009/2010) e pela Taça UEFA (2010/2011), de modo que nos reservamos ao direito de questionar - afinal, quem é o incompetente número um?

Será que o Domingos tudo desaprendeu em sete meses? Do Sá nem falo, coitado, fez o pouco que podia.

A resposta é óbvia: claro que o problema maior do clube não é o treinador da equipa de futebol, o tal que "está perfeitamente identificado" mas ninguém sabe dele. Tenho pena do Oceano, o próximo a ser queimado, e pena tenho do que depois dele aparecer, pois voltará a estar desprotegido quando começar a somar desaires. A incompetência é total.

Temo pelo que aí vem. Não conseguimos ganhar um jogo de futebol a ninguém quando se sabe que a participação na Liga dos Campeões 2013/2014, e daí em diante, é uma urgência, literalmente um caso de vida ou morte do clube. Mas, raios, ainda acredito que é possível reerguer isto, lentamente, a partir dessa constância de receitas, a partir da qual o crescimento desportivo será possível. Estou condenado a alimentar-me dessa fé, esse jeito muito próprio de ser sportinguista.

4 comentários:

Cat disse...

O nosso Sporting é, de facto, um daqueles amores difíceis...

Verushka disse...

O que será de nós? :(

Rui Coelho disse...

ninguém disse que ia ser fácil (ou tão difícil). Mas estamos aí, a ver no que isto dá. Beijos às leoas

olharmacro disse...

E é deste sofrimento anestesiado pela fé imensa que continuamos a ser orgulhosamente sportinguistas...eu por mim falo! saudações leoninas.