terça-feira, 29 de outubro de 2013

O Lou Reed é do hip hop



Não sou um histérico do Lou Reed. Mais depressa saco da cartola a altura do Vujacic (acho que um metro e noventa, já confirmo*), um defesa que deixou Belgrado em 1993 (chama-lhe burro) para vestir a nossa verde e branca, do que consigo nomear aqui, de repente, sem recorrer ao Google, três discos com o Lou Reed metido ao barulho.

1 - Velvet Undeground & Nico (o álbum da banana)

2 - Transformer (a solo)

3 - ... hum... já fui.

*Confirma-se: 1,90m.

Dito isto, vou dar o contributo possível à causa post-mortem do Lou Reed e dizer que sempre pensei nele como um homem com olhar de mulher. Interessava-me o estilo; era tudo mais ou menos ao contrário. Desde logo, cantava a falar. Nesse sentido, era muito do hip hop. O Lou Reed parecia um narrador afastado da dor que narrava. As histórias que contava... é como se não fossem nada com ele. Estava bem fodido, o Lou Reed, se a legitimação dele como bandeira do rock-para-gente-mais-ou-menos-perdida dependesse de rasgar as vestes e bater com os punhos no peito.

Passei e continuo a passar tempo de qualidade com o álbum da banana. Acho adorável que, enquanto líder dos Velvet Underground, o Lou Reed tenha feito música de embalar enquanto falava de drogas duras. Se isto não é mudar a história da música, não sei o que será.

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