sábado, 20 de setembro de 2008

Acham que já leram tudo e nada vos choca?


George Bataille certamente teria a sua visão muito única do mundo. Percebemo-lo às primeiras ideias de “Story of the Eye” (1928), um visceral ataque aos sentidos do leitor, que é convidado a acompanhar as aventuras sexuais de dois adolescentes desesperados por escapar ao grande bocejo quotidiano. Mono divinal, trapezista entre as margens do lixo e da arte, caiu nas boas graças do Jean-Paul Sartre e consta ser o livro favorito da Bjork. Mete ovos, leite e testículos de touro. E mete também tudo isso em que estão a pensar, e onde estão a pensar, mas de uma forma que não tolerariam projectar. Cheguei até ele porque é referido num verso do estonteante épico “The past is a grotesc animal” (Hissing Fauna, Are you the Destroyer? - 2007), dos norte-americanos of Montreal. Não me lembro de um livro mais inapropriado para recomendar. Naturalmente que passou pelo século XX em surdina. Nojento, bizarro, doentio. Li-o de uma assentada. Não o façam a menos que se entendam parcialmente desequilibrados, e queiram ver até onde é possível este autor francês chegar. De contrário, confiem em mim: o mais provável é que o abandonem antes do virar da primeira página. Seria compreensível. É que esta sinopse tem muito mais de eufemismo que de exagero.

3 comentários:

Anónimo disse...

very nice! hahahahaha

Anónimo disse...

Ora ai está o livro de que tanto falavamos na viagem para Portimão.

Anónimo disse...

Agora é que me despertaste todos os sentidos para o ler!!!!
É difícil de encontrar como deve ser de digerir.

É no improvável que às vezes nascem sentidos.

Vou sair em busca ou não me entenda eu bastante desequilibrada.

Beijos da Tisca