domingo, 13 de setembro de 2009

Até o rato Mickey ganhava estas eleições ao Sócrates

A coisa já estava suficientemente feia para o Zé antes de alguém tapar a boca à Manuela Moura Guedes. E todos sabemos como aquela boca é grande - o empenho em tapá-la deve ser encarado em proporção. Sem certezas sobre a origem da proeza, ainda que me tenha lembrado assim de repente de uma famosa citação do Miguel de Cervantes sobre bruxas, mais sentido fará projectar os efeitos que o caso pode arrastar para o Zé. "Arrivederci", como observou ao Castelo a versão caçadora de nazis do Brad Pitt - esse grande poliglota -, será o mais votado. Ora aí está um grandioso equívoco. A ideia atrás resumida, que chegou a ser partilhada por mim, revela imprudência. Precipitação. Desconhecimento de causa. Senão vejamos: do outro lado dos supostamente moderados, a liderar o PSD, está uma outra Manela que, instada a comentar até que ponto as grandes obras públicas ajudam a combater o desemprego no país, respondeu: "O desemprego de Cabo Verde e da Ucrânia ajudam. O de Portugal duvido". Assumamos: subestimámo-la. O potencial suicida da mulher é inesgotável. Há sempre munições extra para novos tiros no pé. Só mais um. E eis que ela voltou a premir o gatilho. Quando o grosso do país já seguia em romaria para as floristas mais próximas, em busca, naturalmente, de flores para o Zé - os cemitérios estão cheios delas -, a Manela saca da cartola a seguinte reflexão: bem, o caso TVI está a tomar conta da pré-campanha, a comunicação social não se cala com a asfixia democrática, pelo que é amiga, tudo corre pelo melhor; posto isto, devo sem dúvida visitar o Alberto João e dizer que a democracia na Madeira é que é. E negar que por lá exista qualquer vestígio da tal democracia esganada. E sorrir com a minha pinta de gueixa morta quando o Alberto João treinar o seu inglês técnico com os jornalistas: "Fuck them"! Ora, depois de no debate de ontem com o Zé ter visto a Manela esticar o dedo médio ao TGV, não vá a corja espanhola retirar mais proveitos do projecto do que propriamente nós, os portugueses, depois de ter ouvido a Manela, que em tempos trabalhou no Banco Santander, ter dito que não gostava "dos espanhóis misturados com os portugueses" quando o tema de fundo era o TGV, esse projecto para consumo entre muros, orgulhosamente só, tenho a dizer que não gosto do Pedro Marques Lopes do Eixo do Mal, mas há um mas. (Aquela opinião de cadeira e chicote não colhe para estes lados). O mas é este: concordamos que até o rato Mickey ganhava estas eleições ao Sócrates. E pelo andar da carruagem, com mais um par de tirinhos nos pés até ao dia 27, a Manela deve conseguir a verdadeira proeza de as perder.

5 comentários:

peter disse...

E no caso da Manuela faltou aquela tirada brilhante dos seis meses sem democracia...

i disse...

a manela nas gafes soma e segue, é fabuloso. no debate disse quatro vezes mal o valor de um imposto - ouvi no governo sombra, que eu de impostos só sei mesmo o IVA. para quem foi ministra das finanças diria que soa um bocado...hmmm... mal.

Hugo Ferreira disse...

Joe, e não esquecer que a Manela estava entre o executivo que aprovou o projecto TGV em 2003. Quando era minsitra das finanças do governo de Durão Barroso...

Votem Paulo Portas. Ele promete que não haverá cologação PSD se conseguir um lugar ao sol...

j disse...

PSD tu. Quem diria?

Rui Coelho disse...

exacto: ninguém. eu é mais pelo partido da terra e também gosto muito de oregãos, tombo-os em quase tudo.