quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Respondendo a quem já me fez esta pergunta e não percebeu a resposta


Entre outros motivos mais ligados ao instinto, comecei a entrar no jazz dos anos 30, 40 e 50 por causa das imagens – cada músico retratado parece estar a ter o tempo da sua vida ali em palco, acho que pensei nunca ter visto pessoas tão felizes como o louis armstrong (foto em cima) ou o lionel hampton ou o oscar peterson (foto em baixo), sorrisos tão grandes, tão livres como aqueles que as objectivas eternizaram.


O meu interesse redobrou quando fui atrás das histórias de vida de cada um e, espanto, deparei-me com um rasto profundamente triste. Pensei, ‘hum... tenho de ter isto na minha vida’. É preciso também não esquecer que a música pop(ular) da época não era outra senão o jazz. Chegou a Nova Orleães de barco, pela boca dos escravos africanos, ainda na forma de blues, e depois ganhou forma no contacto com o ragtime americano. Basicamente era o que o povo ouvia. Só hoje, nestes estranhos tempos, é que tocar corneta e afins passou a ser coisa de gente fina.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

The happy Hollywood ending sounds nice but... in real life, Laika died.

Longe das horas em que a cama sempre pareceu pequena, naquele instante, perante o oceano branco do monitor nu, percebeu que já não contava estar a ocupar o pensamento com aquele corpo macio de cobra. Não era daqueles que faria tudo igual. Teria ficado com ela mais um pouco na manhã em que a viu arrastar-se pelo soalho de madeira, suplicando-lhe, agarrada à sua perna direita, que não fosse, que não a deixasse ali, caída, entregue à insuportável companhia de si própria, exposta ao cruel tribunal do espelho, que não apunhalasse de morte o que deles restava ao bater da porta whaaaaam bam!. (A brutalidade com que ela se magoou). Quando estavam juntos sempre pensou que ela teria de estar interessada para ser interessante, e coisas dessas que não entendia porque motivo ela não entendia, mas tudo esquecia ao descobrir-lhe as costas perfeitas sob o tecido-privilégio, devagar, o toque na pele de menina-mulher, ao perder-se em cada centímetro carnudo daquelas coxas de bailarina adiada, fortes e suaves além da compreensão. Percebeu tarde que não teria de ser de outro modo. Hoje lamenta reconhecer os grandes progressos que a auto-estima dela fez desde que a cama voltou a parecer grande.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Se o Izmailov fosse jogador do Porto seria titular sábado contra o Olhanense


Como noutros casos, noutras paragens da nossa querida sociedade, o do Izmailov é um gato escondido com o rabo da Jennifer Lopez de fora. E de discreto o rabo da Jennifer Lopez nada tem. Como noutros casos, o Sporting geriu a (grave) lesão do rapaz com a caçadeira destravada na direcção dos próprios pés e, claro, sai tão prejudicado disto como ele, que não pode jogar futebol mas também não pedala de borla no ginásio. Como noutros casos, sabe-se lá devido a que ordem cósmica, o Sporting ficou sem o contributo de um dos melhores jogadores que já teve nos últimos anos, com quem a massa adepta criou uma afinidade rara e de quem já agora sou fã desde o primeiro dia. Como noutros casos, sem que algo o fizesse prever, o jogador avisou que 'não', já 'não podia mais', e um pára-quedista de fatiota circense bateu no peito e em nome dos céus gritou que 'sim', 'sim podes', 'sim deves', 'não és ninguém', 'não acredito em ti', 'obrigo-te a jogar'. Como noutros casos, ao Sporting bastou o Sporting para se enfraquecer, abrindo caminho a um festival de decisões erradas de parte a parte. Como noutros casos, desde que o Figo partiu para Barcelona por altura da revolução francesa, o número sete amaldiçoou a carreira de um craque do Sporting. Como noutros casos, olho para norte e não vejo, nem consigo imaginar, coisa alguma que se aproxime desta trapalhada que pelos vistos terá continuidade com o regresso daquele joelho direito à faca, ou da faca àquele joelho direito, parecendo óbvio que se perderam demasiados meses até, no fim de contas, verificar-se este escabroso retorno do Izmailov ao bloco operatório, a mais meses fora de cena, a mais pedaladas no ginásio, a mais falta de talento na equipa, a (cada vez) menos Sporting. Sobre o título ali em cima, há dúvidas?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

‎(Sempre houve) boa música no português em que a gente se entende, e outra que podia ser mas nem por isso (ainda) é

B Fachada

Pá, tens ideias porreiras, mas ser ao mesmo tempo letrista, produtor, músico e cantor é fardo para poucos. Duvido que seja para ti. Nada de errado há nisso. Partilhas as tuas coisas com pessoas, elas dão-te opiniões, o resultado final enriquece. Olha à tua volta. É assim que se faz. E tu fazes tanta coisa!

Chegas a dormir?!

Esta aqui, por exemplo, do novo disco ‘Há festa na Moradia’, está tudo certo, gosto, gosto muito,



mas a canção-título, aqui em baixo, pá, tem algum jeito? ‘Ca ganda’ salganhada oh. Escreves bem e vejo potencial no tema, o conceito é bom, mas, pá, fala com as pessoas!, ouve umas coisas dos Animal Collective, informa-te sobre o corta e cola, integra no teu trabalho qualquer coisa não pensada por ti, larga o espelho!



Diabo na Cruz



Têm uma característica comum a muitas das minhas bandas preferidas: um som único, próprio, que os distingue. Como os klaxons. Os national. Os strokes. Mas aqui não há Londres nem Nova Iorque. Há festa tuga de aldeia, ovelhas, xailes coloridos e grandes bigodes sacudidos pelas guitarras da cidade. Todo um penico à beira mar plantado. Aqui casa-se portugalidade e pop-rock. Os Diabo na Cruz são, acho, quem melhor o faz. Sobretudo por isto: escrevem nas horas. Um controlo genial da métrica, letras com graça e seta cravada na virtude. A primeira amostra - 'Os loucos estão certos' - é genial, ouvi-a até à exaustão. Nos últimos tempos tenho ouvido em repeat a 'Dona Ligeirinha', outra delícia. Descobri hoje que tinha aqui por casa o disco de estreia ignorado no meio de outros. O 'Virou' ainda com o plástico por virar. Não me lembro como veio cá parar. Já desconfiava que o tinha. É a inércia, estúpido!

Oioai



"(...) e apareces tu, e a terra começa a tremer.." (wtf)

Aquela sensação desagradável, fora do nosso alcance - já está, ja foi, já a sentimos, é tarde demais, não há recuo possível - de já termos ouvido isto noutro lado, demasiadas vezes. Em melhor. Interpol à cabeça. Mas nem tudo está perdido. Antes já tinham feito isto aqui do andar de baixo. Bem melhor. Vale a pena dar algum tempo aos moços.



Anaquim



Na primeira amostra do primeiro disco, um caldeirão de influências 'vá para fora (mas faça) cá dentro', dizem "abaixo a chibaria!" e do eco tratamos nós - chibos à parte.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Afraid of the house, stay the night with the sinners

Para resumir, o Sporting não joga nada, nada, nada


Rui Patrício: grandes defesas aqui, grandes casas ali - em que ficamos?
João Pereira: fizeste algum cruzamento?
Carriço: se queres ser bom, junta-te aos bons.
NAC: podias não fazer disparate pelo menos numa intervenção durante o jogo? Podias, mas não era a mesma coisa.
Evaldo: o leão ao peito deve pesar três ou quatro toneladas.
André Santos: eras tu (1,79 m) a marcar o luisão (1,93m) no lance do primeiro golo, certo?
Maniche: fazes o que podes para quem vai a caminho dos 33 e tem o zezé camarinha como amigalhaço.
Yannick: a bola atrapalha, é redonda.
Valdés: chileno suave.
Matías: para grandes palcos, grandes jogadores. Ontem era a prova dos nove, mas foste ultrapassado pelos acontecimentos. Só puxas do talento contra a Naval. Dérbis é correria a mais para ti. Não serves para estes andamentos.
Liedson: ainda por cá?
Saleiro: português suave.
Postiga: meia hora, um remate giro.
Vukcevic, o primeiro ala de sempre que joga de costas para a baliza: eh!

Paulo Sérgio, depois do LSD: "O Sporting fez um bom jogo (...), jogou sempre de olhos nos olhos à procura do resultado, teve atitude, mas faltou alguma personalidade para trabalhar melhor a bola".

Futebolisticamente falando, este fim de semana vi...

A táctica do costume no real madrid, seja treinado pelo Mourinho, pelo Schuster ou em piloto-automático: tiro (do Ronaldo) ao boneco (neste caso o Pepe) e fé em Deus (Casillas),



Homens contra meninos a quem devem ter injectado morfina antes do jogo,


E a pior imagem possível - o melhor jogador do mundo abandonar o relvado em maca, mãos no rosto, a delirar com dores, depois de lhe dobrarem o tornozelo e o arrumarem por duas semanas com uma patada maldosa (abaixo os ujfalusis deste desporto, que para nada interessam, e parabéns ao árbitro que lhe mostrou vermelho directo).

terça-feira, 14 de setembro de 2010

“Se isto é música de dança, eu gosto de música de dança”

A frase não é, não podia ser minha, mas fez todo o sentido vinda de quem veio depois do concerto do DJ Shadow no SW’10. Já eu, que o perdi por só ter ido à zambujeira no último dia, de batida para abanar esqueleto fiquei reduzido a esse herói francês da revolução do azeite chamado David Guetta. Uma experiência cruel, especialmente quando se perde a possibilidade de receber ao vivo qualquer malha que seja dessa sucessão de pequenas perfeições chamada Endtroducing..... (1996).

Aposta: o Sam the Kid ouviu este disco antes de criar o "Beats Vol 1: Amor" (2002).


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fanfarlo: eh!


Há seis anos tinha 20 euros e deixei de jantar para ir a alvalade ver um jogo do Sporting. A entrada custava o dinheiro que tinha comigo até ao dia seguinte. 20 euros. (Eu não sabia mas) seria o fim da era Peseiro. Achei que cada um de nós adeptos-acéfalos-grunhos poderia ajudar a inverter a rota de desaires. Contribuir para a causa. Correu como se esperava: mal. Aliás diverti-me tanto que fugi de volta a casa aos 15 minutos da segunda parte e deitei-me na noite clara, com o jogo ainda a decorrer. Confesso que o meu estômago já se queixava com algum alarme. Hoje não. Hoje sabia que teria o bem bom quando chegasse a casa. Ainda que tenha voado do trabalho para o Lux sem forrar o estômago. Nem uma bifana. Disfarcei com cerveja. Quem não disfarçou que ainda está muito verde para grandes aparatos são os Fanfarlo. Bons em estúdio, sem graça ao vivo. Não foi a mais carnavalesca das reentrés.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Isté muita bom!

Canções de pé na areia que cabem numa caixa de sapatos. A maior passa dois segundos dos três minutos. Quase que deu para ouvir o disco todo há bocado no intervalo do Mystic River. É preciso injectar ar fresco nos pulmões ali a meio do Mystic River para se poder aguentar até ao fim o Mystic River. E eu já vi o Mystic River demasiadas vezes. Mystic River Mystic River Mystic River. Nota-se que ainda não estragaram a cabeça a estes Best Coast, ao contrário de alguns que os ouvem.

Rascunho mais ou menos fiel, uma vez que não gravei o definitivo antes de o imprimir (esperto), de "O pastor Mota e sua Isméria"

Capítulo I

Já levavas um choque na pila, pensou o Anatólio Mota, sem contudo chegar a partilhar esse desejo com o destinatário. Este, um porteiro de discoteca precocemente envelhecido, cujo tronco outrora inchado adivinhava um improvável par de seios, destacado numa camisa cor de salmão, acabara, depois de avaliar a sua figura de alto a baixo, com o jeito de quem troça, de lhe pedir metade de um ordenado mínimo a troco da entrada. Um dos mais notáveis pastores de rebanho de Alegria, aldeia do concelho de Góis, Mota achou que a troca nada tinha de justo mas, dada a sua boa natureza, percebeu que virar costas àquele espaço de diversão nocturna seria o caminho mais curto para evitar conflitos com o colchão, debaixo do qual guardava diversos maços de notas de 20 e até 50. Daí que, optando pelo regresso a casa, na companhia dos amigos com quem passava férias em Lisboa, se tenha despedido do porteiro encomendando-o à respectiva mãe, com promessa de reencontro.

Capítulo II

Anatólio Mota conhecia a responsabilidade. Ensinado desde criança a fazer as coisas bem feitas, cedo começou a guardar as poucas ovelhas do vizinho por forma a ganhar moedas e fazer o que mais gostava: ir ao cinema. Ainda o jovem pastor não era adolescente e já conhecia todos os filmes. Curtos, compridos, antigos, recentes – a todos recebia com igual entusiasmo. Em Alegria e arredores fazia-se eco da existência de um jovem pastor que, ao domingo, depois do almoço, saltava para a caixa aberta de uma qualquer carrinha que por ali passasse rumo a Góis e acorria à sessão da tarde. Os condutores estranharam, ao início, mas depois familiarizaram-se com a companhia do pequeno pastor, ele que nunca abandonava um cajado de madeira que em tempos encontrara num monte. Alguns chegavam mesmo a tocar à porta da casa onde vivia, questionando aos pais se o filho precisaria de boleia para a matinée. Naquela noite, ao deitar, depois de lhe pedirem metade de um ordenado para o deixar entrar numa discoteca, ali, na imensa solidão da cidade grande, longe da sua Alegria, recordou com afecto o dia em que se apaixonou por Isméria. Tudo aconteceu em Casalinho de Baixo: Anatólio Mota vinha de Casalinho de Cima, varrendo os campos de cajado em riste à procura do melhor pasto para o seu rebanho, aquela pequena amostra de gado que tão fácil era de guardar, e quando deu por si estava a fitar de forma enternecida a densa lã da sua amada. Achou por bem chamar-lhe Isméria. Claro que teve de lutar com alguns carneiros elegantes pela atenção daquela que muitos consideravam ser a mais bela ovelha de Góis, mas acabou por levar a melhor. Nos dias de Inverno a Isméria protegia o Anatólio melhor do que um abrigo; no quente Verão era ele que a fazia descer até ao rio e refrescava-a chapinhando a água na sua direcção. Bons tempos, pensou. Mas na véspera de terminar as suas férias em Lisboa, junto dos amigos de infância que ali tinham prosseguido os estudos, não era apenas na Isméria que o Anatólio concentrava os seus pensamentos. Pelos piores motivos, o mesmo acontecia com o porteiro da discoteca. Assim continuou o Mota durante muitos dias, já de regresso a Alegria, e chegou mesmo a ser repreendido por Isméria, que de noite o notava ausente. Certa vez, cada vez mais entendido no ovelhês, Mota foi confrontado e omitiu as preocupações. Baliu que tudo estava bem. Porém, enrolando-se na lã da sua Isméria, mimando-a, chegou à conclusão de que algo teria de ser feito. A situação era, percebeu, insustentável.

Capítulo III

Foi num dia em que viu chover sapos num filme que o pastor, à entrada dos 30 anos, soube o que tinha de ser feito. Na certeza de que o vizinho estava de férias e em breve visitaria a família em Lisboa, pediu-lhe encarecidamente que lhe desse boleia até à capital – a si e ao seu rebanho. O vizinho não teve tempo para ripostar. “Não me faça perguntas. Não irei responder para não ter eu próprio de ouvir o que lhe diria. Confie em mim”, pediu, lembrando-se talvez de ter ouvido aquilo num filme. E assim foi. Um par de dias volvidos, munido do seu cajado de madeira, já o Mota e o respectivo rebanho viajavam pela estrada nacional numa espaçosa carrinha de caixa aberta conduzida pelo seu vizinho, que, horas depois, já dentro da capital, devolvia o mesmo olhar de incredulidade com que lhe fitavam os demais condutores.

Anoitecera.

“Nem uma palha bule”, observou o confiante Anatólio, que nunca duvidou das coordenadas que a rota exigia. A discoteca ficava debaixo de um viaduto, numa zona habitualmente muito movimentada, mas que àquela hora pouca gente descobria. A dada altura reconheceu que a morada era ali mesmo, ao fundo da rua. Agradeceu ao vizinho e sugeriu-lhe que, uma de três, fosse para casa, esperasse por si ou o acompanhasse. Em todo o caso, notou, a terceira opção seria bem mais divertida do que as restantes. Aos trambolhões para lhe saltar da boca, as palavras ficaram onde estavam e, a bem da lógica, o vizinho percebeu que melhor seria engoli-las. Nada perguntou, acompanhando o Mota até à entrada da discoteca sem fila, mas com um porteiro precocemente envelhecido.

- Boa noite, podemos entrar? – perguntou o Mota, educado.

- Mas estás a gozar comigo ou quê? Vai mas é pastar de volta para a serra com as tuas ovelhas antes que te desfaça o nariz e lhes faça a tosquia.

- Meu caro, não têm estas minhas amigas feito outra coisa, que as trato melhor do que a mim, mas, preste atenção, apesar de eu não ter grande vontade de voltar aqui, onde aliás você já me pediu metade de um ordenado para me deixar entrar, elas, as minhas amigas, insistiram. Sabe, baliram-lhes que havia por aqui muita cabra. Gostam umas das outras, é fácil de ver. Se fosse a si não as contrariava.

- Mas tu queres que te parta os ossos ou quê? Dou-te três segundos para zarpares daqui para fora – ameaçou-o de dedo e as estranhas mamas em riste, espreitando o relógio.

A ameaça foi o pretexto que o Mota precisava: um, dois, três segundos depois, puxou do cajado de madeira e esquivou-se ao punho cerrado do porteiro aplicando-lhe, por sua vez, uma valente cajadada entre as pernas. Vergado às dores, no chão, o porteiro foi de seguida atropelado pelo obediente rebanho que seguia as ordens do seu pastor. “Vá, essas patas para dentro da discoteca, vamos embora!”, gritava, aproveitando a passagem da Isméria para lhe dar uma palmada no rabo e piscar-lhe o olho.

Uma vez lá dentro, de cajado e notas de 20 e 50 em riste, o Mota explicou a situação ao DJ e ao único empregado àquela hora de serviço. Prontamente foi encerrada a porta de entrada e, uma vez todos lá dentro, a noite foi de arromba, com muita música, dança e especial destaque para a Isméria, que, diz-se por esses montes fora, deu espectáculo em cima da coluna.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

holy merde!, serei conservador?



Agora que penso nisso, dou por mim a achar que os melhores são sempre os mesmos, os que já eram, e o resto é mais vento.

Os amigos, as meninas, os filmes, as músicas, os músicos.

Há pouco mais de um ano, na única vez em que vi o Yann ao vivo, achei isto. Hoje vejo e revejo os concertos dele e mantenho que a Sur le Fil, ele a adorar e depois a castigar e portanto a amar o violino, uff... isto é que é.

Sempre? Sempre.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Carta aberta ao paulo sérgio


Pediste um pinheiro a caminho dos dois metros, deram-te um arbusto mais baixo que o djaló (1,68 - 1,71). Podia ser pior – sei lá, deixa-me pensar nalguma coisa verdadeiramente bizarra... ah!, já sei, teres recebido o Celsinho de volta.

Ahahahaha.

Mas quando te perguntarem até onde desceu o clube para que, uma vez abordados pelo Sporting, o Trezeguet fuja para o todo-poderoso Hércules e o Morientes tenha deprimido ao ponto de terminar a carreira, frisa que redescobriste o valor do meio campo em losango, que, agora, ao fim de múltiplas experiências potencialmente suicidas de laboratório, já queres ver a equipa com bola, que o Matias passa - aleluia! - a ser o maestro e é preciso um substituto que também saiba pautar o ritmo da orquestra, que este Tales tem nome de história da carochinha e no mês passado não serviu para o Sporting de Braga mas serve para o de Portugal e aliás o Benfica também despachou o Deco e o Estrela da Amadora fez o mesmo com um tal de Ronaldinho, que este Tales é mesmo bom de bola e a prová-lo estão as mais que muitas internacionalizações pela canarinha, que metáforas a relacionar goleadores sem vontade própria e madeira não são mais do que isso mesmo, metáforas, e vai daí por vezes imprudentes, uma vez que Pinheiro até rima com Saleiro – boa?