terça-feira, 28 de setembro de 2010

The happy Hollywood ending sounds nice but... in real life, Laika died.

Longe das horas em que a cama sempre pareceu pequena, naquele instante, perante o oceano branco do monitor nu, percebeu que já não contava estar a ocupar o pensamento com aquele corpo macio de cobra. Não era daqueles que faria tudo igual. Teria ficado com ela mais um pouco na manhã em que a viu arrastar-se pelo soalho de madeira, suplicando-lhe, agarrada à sua perna direita, que não fosse, que não a deixasse ali, caída, entregue à insuportável companhia de si própria, exposta ao cruel tribunal do espelho, que não apunhalasse de morte o que deles restava ao bater da porta whaaaaam bam!. (A brutalidade com que ela se magoou). Quando estavam juntos sempre pensou que ela teria de estar interessada para ser interessante, e coisas dessas que não entendia porque motivo ela não entendia, mas tudo esquecia ao descobrir-lhe as costas perfeitas sob o tecido-privilégio, devagar, o toque na pele de menina-mulher, ao perder-se em cada centímetro carnudo daquelas coxas de bailarina adiada, fortes e suaves além da compreensão. Percebeu tarde que não teria de ser de outro modo. Hoje lamenta reconhecer os grandes progressos que a auto-estima dela fez desde que a cama voltou a parecer grande.

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