"The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars." J. Kerouac
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
A arte de seguir em frente
Ra Ra Riot
O primeiro LP tem nome, mas ainda ninguém o encontrará à venda: “The Rhumb Line” é editado nos Estados Unidos a 19 de Agosto, estando previsto que tombe das árvores europeias algures pelo Outono. Mas quem anteontem armasse tenda em Paredes de Coura podia vê-los num palco principal ainda naturalmente iluminado, disparando energias positivas na antecâmara das entusiasmantes (e entusiasmadas) Au Revoir Simone.
O sexteto Ra Ra Riot lançou-se em 2006 com um EP de título homónimo ao da banda. Um par de aberturas dos Editors depois, e já o “curte isto” dos melómanos passava um abençoado hype pela net, à marroquina.
A trágica subtracção do primeiro baterista do grupo - John Pike morreu em Junho de 2007 -, forçou uma pausa, felizmente curta, nos trabalhos. Desse fecho para balanço resultou uma louvável decisão: seguir em frente. O resultado é um disco com parto anunciado, e que tem gerado enormes expectativas após o exuberante EP de estreia.
Passeando pela página myspace da banda, e para quem tudo o que seja Ra Ra Riot soe a novidade, é possível encontrar cinco temas do primeiro trabalho.
Apaixonante, o single “Dying is fine” é um catártico requiem a Pike: à ternura que a sociedade entre violino e violoncelo suscita - de uma espirituosa manta cobre a letra -, corresponde a confiança progressista de um baixo ciente do seu papel enquanto instrumento que ataca o horizonte porvir.
E, se quisermos, há “A manner to act”, tema onde convivem sisudos riffs “made in Interpol" – ou seja, Joy Divison -, com a voz ameninada de Wesley Miles, que poderia ser a de Johnny Borrell (aquele que um dia partilhou com o mundo que se tinha como melhor compositor do que Bob Dylan; e agora urge rebentar a corda deste parêntesis olímpico, e relembrar que foi Dylan, na maravilhosa "Mr. Tambourine Man", quem ordenou: "Let me forget about today until tomorrow."), garganta e cérebro dos Razorlight.
De tanto torcer os testículos ao bucolismo, os RA RA Riot conseguiram a enciclopédica proeza de abrir a pestana à malta urbana que gosta de se refrescar num domingo camponês. O efeito ganha tanto relevo quanto maior era a certeza generalizada de que, ao longe - perto das 02h -, e a trotear, vinha o lounge dos Thievery Corporation rumo a uma Paredes de Coura em ebulição desde as 19h.
Ao invés de um concerto sedativo, consta que os DJ's Rob Garza e Eric Hilton abanaram o Minho na medida das grandes batidas cardíacas. E que pouca gente recolheu ao seu respectivo palácio até chegar o acolhedor Caribou.
Os líderes da tribo – não me ocorre outro termo para apelidar o conjunto de pessoas que passa a vida nisto – dizem que os RA RA Riot fazem bem à saúde da música alternativa.
Não há nada de errado nesse efeito. Tenho é dúvidas sobre o que vem a ser isso de música alternativa. Alternativa a quê?
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