"The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars." J. Kerouac
sábado, 25 de outubro de 2008
GêPê fez de Chico
Assumo: pode ser uma fixação. Aquilo de ser aluado - atitude, fala e gestos sem ponta de ligação num ébrio reformado, mas ainda afiadíssimo na reflexão; talvez não me importasse de ser assim aos 38 anos. Se calhar já tenho 38, ou tive, ontem. Percebi a tempo de mudar de ideias, uma vez que já pensava em desertar para casa logo após o turno da noite, que uma amiga altamente versada nas artes teóricas da cozinha lusitana fazia anos na noite em que o JP Simões acampava no Music Box, a pedir emprestados os 64 do Chico Buarque. Lema do espectáculo denominado "carioca express" (concerto-homenagem ao músico brasileiro que JP já apresentara na sua Coimbra-natal, em 2001): “Não preciso de ter as cuecas do Chico para me sentir mais próximo da sua obra".
O disfarce assumido, enfim!, o alívio de poder encarnar o mestre por cuja música o GêPê um dia se apaixonou perdidamente, num encantamento que o ultrapassa e frustra – é público -, ali, diante de todos, exposto, é qualquer coisa de baixar braços. Houve os convidados Vitorino e Luanda Cozetti de tinto na mão a cantarolar em dueto “a rita”, houve duas araras sentadas na frente da plateia que se permitiram dançar uma mistura de cha-cha-chá e sevilhanas em temas como "bom conselho" e "com açucar, com afeto", e houve muitas canções bem feitas, “estupidamente bem feitas”, entoadas pelo fumador mais rápido do Oeste, o GêPê de sempre - aquele sacana que procuramos para nos entreter fora de horas com o seu fogo simultaneamente cerrado e descomprometido sob as mentalidades de penico. É a segunda vez que o persigo por Lisboa em menos de três meses. Achei-o mais magro.
Alinhamento aldrabado na omissão e na ordem:
Bem Querer
Eu te Amo
A Rita (Vitorino e Luanda, com JP a chocalhar uma caixa de tridente)
Samba e Amor
Com açúcar, Com afeto
Bom Conselho
Morena dos olhos d’Água
Gota d’Água
Você não entende nada/Cotidi
Vai Levando
Cotidiano
Doze Anos
Essa Moça Tá Diferente.
(texto publicado na manhã seguinte ao concerto, tendo dormido duas horas na medida em que combinei às 10h na minha rua, com um amigo, para ir jogar à bola, e apareci às 09h).
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1 comentário:
lol =P
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