"The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars." J. Kerouac
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Mágico
(...)
“Adalberto Asís também tinha conhecido o desespero. Era um gigante bravio que em toda a sua vida tinha posto um colarinho de celulóide uma só vez, durante quinze minutos, para tirar aquele retrato que lhe sobrevivera na mesinha-de-cabeceira. Dizia-se dele que tinha assassinado naquele mesmo quarto um homem que encontrou deitado com a esposa e o tinha enterrado clandestinamente no pátio. A verdade era bem diferente: Adalberto Asís tinha matado com um tiro de espingarda um macaco que surpreendera a masturbar-se na trave do quarto, com os olhos postos na sua esposa enquanto esta mudava de roupa. Tinha morrido quarenta anos mais tarde sem ter podido rectificar a lenda.”
Gabriel García Márquez, in "A horá má: o veneno da madrugada".
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