"The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars." J. Kerouac
segunda-feira, 27 de abril de 2009
There's more to the picture, than meets the eye
Festejava-se o 25 de Abril num bar tipicamente algarvio, o Ireland’s Eye, seriam umas 02:00, quando chegou o S., acabado de acordar, para o encore, depois de a todos se ter adiantado, logo pela tarde, e sozinho começar os festejos, ou aliás na companhia de uma garrafa de Jameson. Poucos como o S. levarão tanto à letra a ideia de se ser livre, e portanto domar plenamente o eu. O dos outros, também. E assim foi que me puxou o braço para um breve monólogo quando o T., que esmurrara de satisfação o balcão até sangrar feliz de dois ossinhos assim que o DJ lançou os “Contentores”, foi chamado ao palco, sentando-se virado para as costas de uma cadeira e daí zurrar fado para merecer as atenções de uma senhora que ali cantara Charles Aznavour há umas semanas. Repetia ontem a presença, ela, sem dúvida pela liberdade, mas sem a cantoria. “Andei eu a comer uma guia de 300 quilos para isto”, queixava-se em horário de pequeno almoço o S., sem especificar demasiado. Quem não percebia muito bem o seu lugar naquilo tudo era a L., habitual farol das nossas noites cantadas no Boogie - outro estabelecimento boémio de contornos absolutamente algarvios na zona - e arredores, e naquela noite lamentavelmente relegada à discrição de uma mesa lateral, escura, onde não chegava o cabo de qualquer microfone através do qual se pudesse fazer a revolução. Quando não está a cantar a L. fala muito baixinho, talvez por saber, e respira fundo, que só temos ouvidos para ela, mas aquele Mestre de Cerimónias não parecia querer fazer dela o farol do karaoke dos outros, pelo que, sem cantar, a L. fazia ouvir o seu descontentamento como poucas vezes já o presenciáramos. Algo de significativo, percebia-se. Estaria tudo resolvido, porém, logo depois de a L. virar para o estômago, com movimentos de pescoço pendulares, muito rápidos, uma pequena substância espirituosa, servida uma e outra vez. Espécie de encantamento. Por esta altura, certo das minhas responsabilidades na A2, duas manhãs de domingo por mês, deixei a revolução na Praia da Rocha no rasto do casal que ali entoou de mãos dadas a canção “Depois de Ti”, composta e interpretada pelo lendário Tony Carreira, com Y a seguir ao Ton. Tema, aliás, poucas pessoas o sabem, que constituiu uma terceira senha na marcha que derrubou a ditadura, além das mais comerciais ‘Grândola Vila Morena’, do Zeca Afonso, e ‘Depois do Amor’, onde o Paulo de Carvalho podia disfaçar melhor as influências que levaram à escolha do título. Tudo, claro, para quem conhece a que ritmo batem os corações dos capitães de Abril, segundo as românticas coordenadas 'Foi um Amor Proibido/Como tanta gente tem/Eu já tinha alguém/Eu já tinha alguém'. Já em casa, cheio, sintonizei o meu rádio imaginário na canção que se segue, e com ela adormeci; exemplo, aliás, que muitos pais deveriam seguir, e a preceito ajudarem a adormecer as criancinhas, em vez de as assustar com histórias sobre lobos maus.
andei 21 anos aler o horóscopo de carneiro sim, mas veio um sr astrólogo dizer que afinal sou touro, por causa das luas e afins dessedia, desse mes, desse ano. que sou carneiro e sou touro e uma grande lengalenga. nunca mais li nada. ser carnoura. ou toureira podia até ter graça.
e escrever tanta parvoíce num post de 25 de abril é coisa de carnoura ou toureira parva. mas perdi-me a cantarolar o depois de ti.
é msm, ainda que não tenha encontrado até hoje o sr astrologo pra lhe perguntar se a lua desse dia e mes e ano estava bem disposta. soa bem, carnouro. melhor que toureiro. e que carneiro.
3 comentários:
andei 21 anos aler o horóscopo de carneiro sim, mas veio um sr astrólogo dizer que afinal sou touro, por causa das luas e afins dessedia, desse mes, desse ano. que sou carneiro e sou touro e uma grande lengalenga.
nunca mais li nada.
ser carnoura. ou toureira podia até ter graça.
e escrever tanta parvoíce num post de 25 de abril é coisa de carnoura ou toureira parva.
mas perdi-me a cantarolar o depois de ti.
é msm, ainda que não tenha encontrado até hoje o sr astrologo pra lhe perguntar se a lua desse dia e mes e ano estava bem disposta. soa bem, carnouro. melhor que toureiro. e que carneiro.
estas a crescer ruizinho!!!
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