Os sentidos apuram-se: noto, e não é a primeira vez, que as probabilidades de ser acordado em portimão pelo palrar de um pardal são exactamente proporcionais às de, em lisboa, ouvir o meu despertador precocemente substituído por uma sequência interminável de buzinadelas, devidamente acompanhadas por referências às mães dos que estorvam a saída dos carros. As segundas filas dão cabo de mim. Coisa frustrante esta de nada poder fazer quanto a elas. Existem, e é só. Na melhor das hipóteses, em lisboa, sou acordado pelo arrumador de carros da minha rua – “VAI SAIR????” -, cujo tom médio de voz é idêntico ao que deverá ser um grito do Pato Donald quando lhe queimam a cauda. E isso, digo eu, pode ser uma experiência particularmente dolorosa para aqueles que se deitam tarde (3:30) e querem acordar cedo (09:30), mas não tanto (07:30) – faço-o ao sábado para calar os apetites do jogador de futebol fantasma que vive em mim. (Nove anos a dar pontapés na bola é o argumento que encontro). Isto para dizer que vou ficar de consciência bem pesadinha – agora é que a malta se tranca em casa de vez -, mas a mensagem tem de passar: concertos e mais concertos e mais concertos, todos os dias, entre a 00:30 e as 09:00 (hora portuguesa, acho que é isto), no Smalls, um dos clubes de jazz mais consagrados de Nova Iorque. 6 mil quilómetros à distância de um clique. Este."The only people for me are the mad ones, the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing but burn, burn, burn like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars." J. Kerouac
sábado, 23 de maio de 2009
Smalls
Os sentidos apuram-se: noto, e não é a primeira vez, que as probabilidades de ser acordado em portimão pelo palrar de um pardal são exactamente proporcionais às de, em lisboa, ouvir o meu despertador precocemente substituído por uma sequência interminável de buzinadelas, devidamente acompanhadas por referências às mães dos que estorvam a saída dos carros. As segundas filas dão cabo de mim. Coisa frustrante esta de nada poder fazer quanto a elas. Existem, e é só. Na melhor das hipóteses, em lisboa, sou acordado pelo arrumador de carros da minha rua – “VAI SAIR????” -, cujo tom médio de voz é idêntico ao que deverá ser um grito do Pato Donald quando lhe queimam a cauda. E isso, digo eu, pode ser uma experiência particularmente dolorosa para aqueles que se deitam tarde (3:30) e querem acordar cedo (09:30), mas não tanto (07:30) – faço-o ao sábado para calar os apetites do jogador de futebol fantasma que vive em mim. (Nove anos a dar pontapés na bola é o argumento que encontro). Isto para dizer que vou ficar de consciência bem pesadinha – agora é que a malta se tranca em casa de vez -, mas a mensagem tem de passar: concertos e mais concertos e mais concertos, todos os dias, entre a 00:30 e as 09:00 (hora portuguesa, acho que é isto), no Smalls, um dos clubes de jazz mais consagrados de Nova Iorque. 6 mil quilómetros à distância de um clique. Este.
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