sábado, 31 de janeiro de 2009

É sempre de ouvir em repeat #7

Canção: Sunday Bloody Sunday
Banda: U2
Compositor: The Edge (guitarrista, pianista e apoio vocal)
Disco: War
Data: 1983
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Vídeo: Concerto em Slane Castle, Irlanda, 2001



Há dois Domingos Sangrentos na história da Irlanda. O primeiro data de 1920, o segundo fez ontem 37 anos: parece a altura ideal para recuperar "Sunday Bloody Sunday", o clássico pacifista dos U2, que tem figurado na história, talvez por razões de proximidade geracional, como canção-denúncia ao massacre levado a cabo por soldados do exército britânico em Derry, na Irlanda do Norte, a 30 de Janeiro de 1972, durante uma manifestação pacífica da Northern Ireland Civil Rights Association contra o governo de Sua Majestade. 14 activistas foram assassinados; seis eram menores de idade.

Bono repete que Sunday Bloody Sunday, terceiro single do álbum War (1983), é um protesto contra o histórico derramamento de sangue entre católicos e protestantes a sul e norte da Irlanda, primeiro, e contra a guerra em todo o seu amplo e perturbante significado, depois. Garante não tomar partidos.

À guerra, por isso mesmo, nos concertos da fase inicial da banda gritava em Sunday Bloody Sunday "No More!", empunhando uma bandeira branca, e lembrava ao público "This is not a rebel song" imediatamente antes de uma bateria militar anunciar o tema. Finjo acreditar, sobretudo quando o vejo numa fase inicial dos U2 - aquela a que poucos resistem, e que deu à luz esta canção - gritar a peito aberto "No More!" enfiado num pólo listado a verde, branco e laranja, com a inquietação dos novos a saltar-lhe dos olhos. Mas compreendo a versão oficial. Política não é algo que se queira discutir na Irlanda.